textos de Fernanda Rodrigues Vieira

minha filha Fernanda até ganhou premio com uma poesia, quando moravamos em Bebedouro,
gravo aqui seus primeiros escritos, para a criança interior,
ou , se algum dia os tiver, para os netos conhecerem um pouco de sua mamãe na infância...
com amor,

mamãe



                                             O menino que queria morar no céu

Carlos era um menino corado, nem gordo, nem magro, moreno, de olhos castanhos. Gostava de andar de bicicleta, correr, jogar futebol e brincar de pega. Mas ele gostava também de sonhar acordado.
Um dia, ele chegou para a mãe e disse:
- Mãe, e se a gente morasse no céu?
- No céu? Que idéia é essa? Ficou maluco, menino?
- Não, mãe. Só estava pensando... não seria bom se nós morássemos nas nuvens, perto dos pássaros e de Deus?
- É... até que a idéia não é ruim.
- Então, mãe, vamos morar lá no céu azul?
- Algum dia, vamos para lá, filho.
- Vamos para lá agora, mãe.
- Filho, ainda não morremos!
- E daí? Vamos morar lá vivos, ué! Vai já na agência de mudanças.
E o menino saiu correndo, antes da mãe dizer não.
Chegou na agência Mude Bem de transportes.
Chegando lá, ele falou para o primeiro senhor que encontrou:
- Senhor, eu quero me mudar.
- Muito bem,meu amigo, para onde quer mudar?
- Eu quero me mudar para o céu, bem em cima das nuvens.
O homem quase não conseguiu conter o riso, e, com paciência, disse ao menino:
- Olha, não dá. Não dá mesmo. Se desse, eu mesmo faria esta mudança.
- Por que não dá? Por que?
- Porque não existem ônibus ou caminhões voadores que vão até o céu.
- Não? E como o homem já chegou na lua? Andando?
- Não, chegou voando.
- Mas então... o homem voou até a lua, por que não leva a minha casa até o céu?
- Porque nesta nave que leva o homem até a lua, só cabe o homem e a bandeira do país.
Então o menino desanimou. Agradeceu ao senhor e saiu de mansinho. Chegando em casa, a mãe lhe perguntou:
- E aí, filho, quando mudamos?
O menino falou sorrindo:
- Eu compreendo, mãe. Quando chegar a nossa hora, Deus nos levará. Só quando morremos vamos morar no céu.
Quando chegou a hora de dormir, ele olhou para o céu e falou:
- Não vou agüentar esperar a morte para ir para o céu. Vou dar um jeito, para quando eu crescer, pilotar helicópteros.
Deitou e adormeceu.
Naquela noite sonhou que estava morando no céu.


A série a seguir, foi imaginada aos 11 anos, em 1990.
Livros desta coleção:
O gordinho entalado no tobogã
O gordinho entalado na banheira
O gordinho entalado na porta
O gordinho entalado na janela
O gordinho entalado no portão
O gordinho assaltando a geladeira
O gordinho e seu cãozinho
O gordinho jogando futebol
O gordinho na lanchonete
O gordinho no shopping


O gordinho entalado no tobogã.
Era uma vez um gordinho, ou melhor, um gordão.
Um dia ele resolveu ir ao playcenter. Chegando lá, ele foi para a fila do tobogã.
Passaram-se duas horas até que chegou a vez dele. Ele se ajeitou no tapete e .... Vuuuuummm....
Mas no meio do tobogã, o tapete voou com o gordinho junto.
Só que o gordinho, ou melhor, o gordão, era muito pesadão e foi caindo. Caiu sentado no meio do tobogã e lá entalou.
A fila estava enorme, e o povo começou a reclamar:
- Tira este gordo daí. Eu vim aqui para me divertir e além de tudo já estou há mais de uma hora na fila!
Mas, lá no meio do tobogã, o gordinho também começou a reclamar, mas de fome:
- Estou com fome! Me tirem daqui que eu quero comer!
Um homem, que estava com o filhinho que queria ir no tobogã, disse:
- Esperar tanto tempo debaixo do sol com crianças para que elas se divirtam e uma bola entala aí no meio!
As crianças também começaram a reclamar:
- Queremos escorregar! Viemos aqui para brincar!
O gordinho não aguentava mais de fome:
- Não dá para vocês me arrumarem um hambúrguer, um cachorro quente ou um saquinho de pipoca?
- Não – gritou a multidão.
- Como? – protestou o gordinho – Vocês não se importam com a minha fome?
- Nos preocupamos é em tirar você daí – disse outro gordo.
- É isto aí – concordou a multidão.
Um cara, agarrado a uma tábua, disse:
- Eu vou tirar este gordo daí, já que ninguém tira.
Colocou a tábua debaixo do gordinho e forçou, mas ao invés do gordinho voar, quem voou foi o coitado do homem que foi pro hospital.
E o gordinho entalado não parava de reclamar de fome:
- Aonde estão os hamburguers? E as pipocas? E os cachorros quentes?
Mas ninguém ligava para o que o gordo falava. Só pensavam na maneira de tira-lo de lá.
O gordinho estava tão roxo de fome, que não agüentou e berrou:
- Eu estou com fome! Quero comida!
O grito foi tão forte que o Playcenter inteiro deve ter tremido, e o melhor de tudo, foi que o tobogã estremeceu e voou - com o gordinho para longe, que caiu dentro do carrinho do homem do cachorro quente.
Coitado do homem! Teve o maior prejuízo!
Mas em compensação, o povinho da fila ficou feliz e o gordinho nunca mais andou de tobogã.
Como sempre...
... um final feliz para todo mundo (ou quase todo mundo).

O gordinho entalado na banheira.

(1990 – primeira versão)

Era uma vez um gordinho. Para falar a verdade, um gordão.
Um dia, na sua casa, foi tomar banho.
Entrou no banheiro. Assim que entrou na banheira, o telefone tocou...
Trrrrrrrriiiiiimmmmmmmmmmmmmm...
O gordinho levantou-se e saiu da banheira, amarrou uma toalha na cintura e saiu correndo.
- Alô! Alô! Quem está falando?
Ninguém respondeu.
O gordinho então desligou o telefone roxo de raiva.
Estava com tanta raiva que nem viu o sabonete que estava no chão.
Zuuuuuuuuum...
E de repente ... Ploft!

Entalou na banheira. O pior de tudo é que a toalha que o gordinho estava era de veludo super-grosso.

                                               O gordinho entalado na banheira.

Era uma vez o gordinho. O gordinho tinha uma namorada gordinha. Aí toda vez que saíam juntos não cabia mais ninguém nas calçadas, ônibus, lojas.
Certo dia a gordinha convidou o gordinho para tomar sorvete. (não há nada errado nesta frase). O gordinho, que estava sempre duro, mas adorava sorvete, aceitou.
- Então eu passo na sua casa às quatro e meia da tarde, mas eu te ligo quando estiver saindo de casa – disse a gordinha (esta frase está completamente certa).
- Então, ta. – disse o gordinho.
Eram três e meia, e o gordinho, pensando no sorvete, pensou:
‘Quem sabe se eu for cheiroso ela me paga cinco sundaes com flocos e cobertura?’
Aí ele foi tomar banho de banheira. Quando ele encheu a banheira e entrou, o telefone tocou. Aí ele tinha uma toalha de veludo grosso e se enrolou nela e foi atender o telefone.
Quando ele atendeu, do outro lado, disseram assim:
- Há rararara, você é um bobo, isto é um trote!
O gordinho desligou o telefone e disse um nome bem feio. Quando ele entrou no banheiro de tanta raiva ele nem viu o sabonete jogado no chão e .... zupt! Caiu entalado na banheira, e ainda mais com aquela toalha de veludo grossa.
Então o gordinho começou a gritar:
- Me tirem daqui! Eu tenho de ir tomar sorvete! – mas ninguém ouvia porque era domingo e no prédio em que o gordinho morava só moravam outros gordinhos, que no domingo à tarde levavam suas namoradas gordinhas para tomar sorvete.
Foi quando o gordinho se desesperou.
Aí o gordinho ficou tão desesperado que deu um grito maior do mundo.
- Socoroooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!
Até que a namorada do gordinho (a gordinha) chegou e ouviu ele gritando.
- Eu quero tomar meus sundaes com flocos e cobertura.
Aí a namorada do gordinho (a gordinha), que tinha a chave do apartamento, abriu e entrou e ele não parava de gritar:
- Abre, abre, abre!!!!!
Só que a estas alturas o gordinho já estava com fome e seu estomago começou a roncar.
A gordinha falou que ia chamar o chaveiro e a desentupidora de esgotos.
Aí então o gordinho teve um troço e deu um berro:
- Nããããaão! Que fome! Quero sundae!
E a barriga dele fez assim:
- Roooooooooooc!
E o gordinho voou da banheira e caiu sentado em cima da tampa da privada, que quebrou na hora.
Ainda bem que ele não entalou na privada, né?
E o casal de gordinhos pode ir feliz à sorveteria onde todas as namoradas gordinhas estavam pagando sorvetes para seus namorados gordinhos. A conta deles deu uma conta imensa de caro porque ao todo foram trinta e sete sorvetes que os dois gordinhos tomaram. E o bolso da gordinha ficou vazio...

(20-03-93)

                                                         Duda e o livro mágico
                                                                (inacabado)

as respostas deste livro interativo estão na página 25

                                                                      capítulo I
                                                      A menina que gostava de ler

O nome dessa menina e o apelido vocês terão de descobrir...
(tem um quadro de caça-palavras onde o leitor pode encontrar o nome Eduarda e a frase eu te amo)
Já descobriu?
Muito bem, é esperta, né?
Não descobriu? Não fique brava. Você verá no livro inteiro.
Pois então vamos contar mais dela para você.
Morava na casa mais bela da cidade de Lago Azul.
Estudava no melhor colégio e só tiinha as melhores coisas, pois era a mais rica da cidade.
Com dez anos, ainda, adorava ler.
Carregava sempre consigo um tigrinho de pelúcia, seu companheiro de todas as horas.
Todo o tempo livre que continha, passava a maior parte mergulhada nos seus livros. Seu pai comprava 20 livros de uma vez em quatro meses. Eduarda já lera todos.
Gostava de ler trancada em seu quarto, para não ser interrompida. Lia me voz alta para o tigrinho de pelúcia.
Até que um dia...

Leia o próximo capítulo depois de resolver a cruzada, claro!
1 bicho de pelúcia 
2 nome da menina 
3 ela gosta de 
4 idade dela 
5 cidade onde mora  
6 você está fazendo uma 

                                                         capítulo II
                                                     Um livro novo

Certo dia, o pai de Duda passava, de volta para casa, em frente a uma livraria.
- Pare, Rodolpho! – ordenou ao motorista.
Rodolpho parou, saiu do carro e abriu a terceira porta do lado direito da limusine preta, de onde saiu o senhor Pereira, pai de Duda. Entrou na livraria.
Olhou ao redor, uma prateleira empoeirada lhe chamou a atenção.
Vários livros velhos e antigos. Um caindo sobre uma mesa.
O Sr. Pereira pegou aquele livro, cujo título estava escrito:
verbo ler (1ª pessoa singular passado) =  (ovo) – O + R = (aí tem um desenho de uma menina com uma cartola em uma mão, de onde está saindo um gênio, e a menina está segurando um coelho na outra mão)
Ao chegar em casa, quando desceu da Limusine preta, Duda já o esperava no jardim.
- A senhorita Maria Eduarda já almoçou? - perguntou o senhor Pereira para a menina de olhos brilhantes.
- A D. Maria fez macarronada e um montão de outras coisas. Macarronada é o seu prato preferido, né, papai? Eu estava esperando o senhor. Eu também adoro macarronada, né?
- E sua mãe e seus irmãos?
- Mamãe já almoçou com o Rafael e com a Maria Luiza.
Sr. Pereira fez um ‘sim’ com a cabeça.
Depois do almoço, chamou Duda e tirando um pacote da bolsa, disse:
- É só pra você.

         Responda para passar ao próximo capítulo: Quem é o maior pecador do mundo?