domingo, janeiro 02, 2011

O que é o amor, afinal?

Quando se esbarraram em uma esquina da vida, ela pensou ter agarrado seu homem.
A princípio ela achou divertidas certas atitudes extravagante da parte dele, que ligava só para ouvir a voz dela ou para dizer boa-noite. Ele adorava telefone (ela detestava!)
Ele a levava a teatros e concertos, durante os quais, alheio aos olhares furiosos das pessoas ao redor, ele falava sem cessar, como se sentisse uma compulsão em transformar seus pensamentos em comentários.
Enquanto ele declamava sua paixão em versos, ou em inflamados discursos amorosos, ela, que preferia a silenciosa comunhão com o universo, sentia-se cada vez mais frustrada, buscando em vão abraços, carícias e afagos, decepcionada por não haver resposta a seus cúmplices apertos de mão.
A incompatibilidade era profunda, visceral.
O amor, para ele surgira ao primeiro som, para ela ao primeiro toque.

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